Como a caminhada pode melhorar a qualidade de vida dos cães e dos donos?

Todos sabemos que a prática regular de exercício físico contribui para a prevenção de doenças, auxilia o combate à obesidade, ajuda no controlo da tensão arterial, diminui o stress, contribui para o reforço muscular e ósseo, e melhora a auto-estima, especialmente de pessoas acima dos 60 anos. Nesse contexto, a CãoMinhada é uma das actividades físicas que apresenta os índices mais satisfatórios em ganho de qualidade de vida. Mas, como é que a CãoMinhada pode auxiliar os cães e os seus donos a terem mais saúde e melhorar a sua qualidade de vida?

 

O simples facto de ter um cão, para muita gente, já representa uma melhoria significativa no dia-a-dia. Para a terceira idade, por exemplo, as trocas de afecto e a convivência com o animal representam, muitas vezes, o ânimo que faltava para conduzir tarefas simples do quotidiano como sair de casa, conversar com pessoas e fazer amigos. Os cães unem pessoas de todas as idades numa “confraria”. Não é raro que ao sairmos à rua com o nosso cão, muita gente meta conversa, pergunta qual a raça, elogie… Na Austrália, por exemplo, 40% da população possui cães – o que significa um total de 3,1 milhões de canídeos no país. Um estudo realizado pela University New South Wales (Austrália) mostrou que 41% dos proprietários de cães caminham 18% mais do que os que não têm cão.

 

Na prática, os cães promovem a integração e a interacção entre as pessoas, tornando-as mais sociáveis! Mas, os cães podem fazer ainda mais pelos seus donos; podem ajudar a manter a saúde e a forma física. No entanto, é importante saber alguns conceitos básicos. Passear o cão e CãoMinhar, são coisas completamente diferentes e têm efeitos diferentes sobre a saúde animal e humana. O passeio é essencial ao animal, especialmente para os que vivem em apartamentos. Esses devem sair duas a três vezes por dia para o processo de socialização (com pessoas e animais) e também para as necessidades básicas. Para os cães, a CãoMinhada ajuda a combater a obesidade que está associada a problemas de saúde como osteoartrite, doenças cardiovasculares, doenças hepáticas e diabetes, entre outras.

 

Como caminhar é diferente de passear, ambos – dono e cão – devem preparar-se para que essa mudança na rotina seja o mais segura possível. Da mesma forma que o dono deve fazer uma avaliação médica, com atenção especial para diabéticos e hipertensos – os cães devem ser levados a um veterinário para fazer o seu exame que irá determinar o ritmo das passadas e a condição física do animal. Cães com mais de sete anos, que são considerados idosos, e os obesos devem ser submetidos a uma avaliação criteriosa para verificar a existência de doenças pertinentes à condição: displasia coxo-femural, problemas de coluna e cardíacos.
Para caminhar com cães, devemos ter alguns cuidados, nomeadamente a escolha do horário mais indicado.
Algumas dicas para o sucesso das CãoMinhadas::
1.    No Verão a caminhada deve ser feita no período da manhã ou ao final da tarde.
2.    A respiração ofegante do cão e a resistência em continuar o trajecto, devem ser respeitadas. Mas, não associe o cansaço do animal  com a língua de fora! Os cães sentem mais calor do que os humanos, mas não transpiram, porque não possuem glândulas sudoríparas. Eles efectuam a perda de calor pela língua e também pelo focinho e “almofadinhas” das patas.
3.    Para mostrar ao cão a diferença entre passeio e caminhada procure adoptar uma postura mais séria, com comandos mais firmes.
4.    As paradas do cão, tão comuns nos passeios, devem ser abolidas para que se mantenha um ritmo adequado ao cão e ao dono.
5.    Nas caminhadas, fique atento para evitar acidentes com crianças e pessoas idosas. Use sempre os equipamentos de segurança – como coleiras e açaime sempre que tal se justifique.
6.    Mantenha a vacinação em dia e recolha as fezes do animal.
7.    Para garantir o bem-estar do seu melhor amigo, é importante fazer com que ele beba água em pequenas quantidades e urine antes de começar a caminhada.
8.    Fique atento com a forma de conduzi-lo – segure a trela de maneira firme, do lado esquerdo e mantenha uma postura erecta. As trelas extensíveis só devem ser utilizadas quando o cão estiver habituado à prática de caminhada.
9.    Respeite o direito de outras pessoas que não gostam de cães ou que eventualmente sejam alérgicas ou tenham fobia por animais.
10.    Recompense o cão após a caminhada com um petisco canino para premiar o seu bom comportamento.

Como dicas básicas para os donos, é de salientar a importância de usar roupas confortáveis e calçado adequado à prática (ténis ou botas adequados); alongamento antes e após a caminhada; hidratação antes, durante e após a prática e  escolha de um local adequado para a caminhada, longe de ruas esburacadas ou movimentadas. O ideal é manter a meta de 30 minutos por caminhada, cinco vezes por semana.
Aos idosos sedentários recomendamos que comecem, na primeira semana, caminhando três vezes por semana, durante trinta minutos para que o corpo se vá adequando à nova rotina de exercícios. A partir da segunda semana, o praticante deve ir aumentando em 10 minutos para que após um mês do início da actividade o idoso chegue a 60 minutos de caminhada.
O seu cão certamente agradece – basta ver a alegria do animal na hora da caminhada. Mas saiba que a maior recompensa será para você – mais saúde e qualidade de vida para ambos!
(*) Dr. Fabio Ravaglia

 

 

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